9ª. Copa
1970
O tri, no México, foi a consagração de um trabalho
de quatro anos, que começou no momento
em que o Brasil foi eliminado, na Inglaterra, em 1966
Estava escrito, porém,
que do fracasso de
Liverpool, o Brasil
tiraria as lições para a mais
primorosa campanha já
cumprida por uma seleção, na
história das copas do mundo.
Durante três anos trabalhou-se
pelo tri. Em 1967 João
Havelange criou uma
Comissão Selecionadora
Nacional (COSENA). Em 1968
Aymoré Moreira testou um
time renovado numa excursão
à Europa. Em 1969, João
Saldanha formou a equipe para
as eliminatórias e revolucionou
certos conceitos de
recrutamento. Finalmente, na
hora da Copa, a boa estrela, a
experiência e os indiscutíveis
conhecimentos de Zagalo
foram decisivos. Ainda se tinha
o incomparável Pelé, disposto
a tudo na sua última copa. O
Melhor, porém, era a geração
que chegava, com Tostão,
Gérson, Jairzinho, Carlos
Alberto Torres, Brito,
Everaldo, Clodoaldo, Rivelino,
Paulo Cesar, Félix.
Discute-se, até hoje, qual o
melhor time: se o de 58, o de
62 ou o de 70. E certas coisas
que se viram no México, só mesmo o time do tri.
O segredo da seleção
Brasileira foi
Acreditar sempre na
Sua superioridade
Foi um longa
preparação, mesmo
em terras mexicanas, para
onde o Brasil viajou bem
antes do campeonato. E,
na hora da estréia o time
estava em ponto de bala. A
Tchecoslováquia foi
implacavelmente goleada e,
já naquela partida, a força
do conjunto brasileiro
aflorava. O 1 x 0 contra a
Inglaterra coroou um dos
grandes duelos do futebol
mundial. E os 3 x 2 contra
a Romênia foram apenas o
retoque na obra-prima que
se pintava ao sol de
Guadalajara. Vieram os
jogos decisivos. O Peru
não resistiu nas
quartas-de-final e caiu por
4 x 2. A vítima das
semi-finais foi o Uruguai. E
A decisão contra a Itália,
foi apenas a consumação,
na prática, da teoria que o
time estudara para chegar
ao tri: era o melhor,
tinha que jogar como o melhor,
para a frente. Rumo ao gol e ao tri.
Nunca um time havia
jogado tanto, nas
Finais da “Jules Rimet”
Ao final da Copa de 1970, a crítica
internacional foi unânime em nomear o
time do Brasil como um dos melhores
de todos os que disputaram a taça Jules
Rimet, desde a sua instituição. E foi
justamente essa equipe que conquistou
definitivamente para o Brasil o valioso troféu.
Como em 58 e 62, o conjunto da seleção era
impecável. Pelé era novamente o seu rei. Não
havia garrincha. Mas Jairzinho estava lá. E
outros craques extraordinários como Tostão,
Gérson, Carlos Alberto Torres, Félix, Brito,
Wilson Piazza, Everaldo, Marco Antônio,
Clodoaldo, Rivelino, Paulo César Lima, Dario,
Ado, Leão, Joel Camargo, Fontana, Balcochi, e
Roberto. Todos, de uma forma ou de outra,
colaboraram para o tri. Mas era a figura de
Tostão que sombreava Pelé. Talvez por jogar
sempre ao seu lado. E tão bem quanto ele. O
que Pelé e Garrincha foram em 58 e 62,
Tostão foi em 70. Por ironia do destino, não
alcançou a mesma fama deles. Teve que parar
antes. Foi, porém, a abelha-mestra do tri. E,
essa justiça a história lhe faz.
1970 – México
Campeão: Brasil
Eliminatórias:
Brasil 2 x 0 Colômbia (Bogotá).
Gols: Tostão (2)
Brasil 5 x 0 Venezuela (Caracas)
Gols: Tostão (3) e Pelé (2)
Brasil 3 x 0 Paraguai (Assunção)
Gols: Mendoza (contra), Jairzinho e Edu
Brasil 6 x 2 Colômbia (Rio)
Gols: Tostão (2), Edu, Pelé, Rivelino e Jair
Brasil 6 x 0 Venezuela (Rio)
Gols: Tostão 3, Pelé (2) e Jairzinho
Brasil 1 x 0 Paraguai (Rio)
Gol: Pelé
Time-Base: Félix;
Carlos Alberto, Djalma Dias, Joel e Rildo;
Piazza, Gerson e Pelé;
Jairzinho, Tostão e Edu.
Jogaram ainda: Paulo Cesar, Everaldo, Rivelino, Lula e Brito.
Finais:
GRUPI I (URSS e México)
URSS 0 x 0 México
Bélgica 3 x 1 El Salvador
URSS 4 x 1 Bélgica
México 4 x 0 El Salvador
URSS 2 x 0 El Salvador
México 1 x 0 Bélgica
GRUPO II (Itália e Uruguai)
Uruguai 2 x 0 Israel
Itália 1 x 0 Suécia
Itália 0 x 0 Uruguai
Suécia 1 x 1 Israel
Suécia 1 x 0 Uruguai
Itália 0 x 0 Israel
Grupo III (Brasil e Inglaterra)
Inglaterra 1 x 0 Romênia
Brasil 4 x 1 Tchecoslováquia
Gols: Jairzinho (2), Rivelino, Pelé e Petras
Brasil:
Félix;
Carlos Alberto, Brito, Piazza e Everaldo;
Clodoaldo, Gerson (Paulo Cesar) e Rivelino;
Jairzinho, Tostão e Pelé.
Brasil 3 x 2 Romênia
Gols Pelé (2), Jairzinho, Dumitrache e Debrowski
Brasil:
Félix;
Carlos Alberto, Brito, Fontana e Everaldo (Marco Antônio);
Piazza, Clodoaldo (Edu) e Paulo Cesar;
Jairzinho, Tostão e Pelé.
Inglaterra 1 x 0 Tchecoslováquia
GRUPO IV (Alemanha Ocidental e Peru)
Peru 3 x 2 Bulgária
Alemanha Ocidental 2 x 1 Marrocos
Peru 3 x 0 Marrocos
Alemanha Ocidental 5 x 2 Bulgária
Alemanha Ocidental 3 x 1 Peru
Marrocos 1 x 1 Peru
QUARTAS-DE-FINAL
Uruguai 1 x 1 URSS
Itália 4 x 1 México
Brasil 4 x 2 Peru
Gols: Tostão (2), Rivelino, Jairzinho, Gallardo e Cubillas.
Brasil:
Félix;
Carlos Alberto, Brito, Piazza e Marco Antônio;
Clodoaldo, Gerson (Paulo Cesar) e Rivelino;
Jairzinho (Roberto). Tostão e Pelé.
Alemanha Ocidental 3 x 2 Inglaterra
SEMIFNAIS
Brasil 3 x 1 Uruguai
Gols: Clodoaldo, Rivelino, Jairzinho e Cubillas.
Brasil:
Félix;
Carlos Alberto, Brito, Piazza e Everaldo;
Clodoaldo, Gerson e Rivelino;
Jairzinho, Tostão e Pelé
Itália 4 x 3 Alemanha Ocidental
FINAL:
Brasil 4 x 1 Itália
Gols: Pelé, Gerson, Jairzinho, Carlos Alberto e Bonisegna.
Brasil:
Félix;
Carlos Alberto, Brito, Piazza e Everaldo;
Clodoaldo, Gerson e Rivelino;
Jairzinho, Tostão e Pelé.
Itália:
Albertosi;
Burghinich, Cera, Rosatto e Fachetti;
Bertini (juliano), De Sisti e Mazzola;
Domenghini, Bonisegna (Rivera) e Riva.
Juiz: Rudi Glockner, da Alemanha Ocidental.
Artilheiro: Gerd Muller (Alemanha Ocidental), 10 gols
Jairzinho marcou gols em todas as partidas.

Tostão marca gol contra o Peru e comemora

União e garra: acreditar sempre na sua superioridade

A melhor Seleção de todos os tempos: Carlos Alberto, Félix, Piazza, Brito, Clodoaldo e Everaldo (em pé) e Chirol.
Mário Américo, Jairzinho, Gerson, Tostão, Pelé, Rivelino e Nocaute Jack (agachados)

Pelé fez contra a Inglaterra, uma das suas melhore partidas no Campeonato. E eternizou numa cabeçada perfeita a defesa mais bonitas de todas as Copas, pelo Goleiro Banks da Inglaterra.
P.S. – Foi uma longa preparação com adaptação à altitude do México. A Preparação Física, a cargo do Mestre Admildo Chirol foi fundamental sendo o Brasil considerado o time de melhor preparo físico e o Brito o melhor jogador fisicamente.
O Professor Chirol, formado na Escola de Educação Física e Desportos (UFRJ) ofereceu à Universidade que a preparação fosse feita lá, mas diante da negativa recorreu à Escola de Educação Física do Exército, que cedeu as instalações na Urca e colocou todo seu corpo docente à disposição, entre eles Claudio Coutinho. Carlos Alberto Parreira fazia parte da ala civil da Preparação Física.
Magnífico trabalho que publicarei após esta série.
Baseado em relatos do problema que a indefinição da equipe e do grupo que viajaria para a Copa anterior, da Inglaterra, João Saldanha assumiu e definiu o ONZE TITULAR e o ONZE RESERVA, classificando, brilhantemente a Seleção para a Copa.
Após a classificação, vencendo o Paraguai por 1 x 0 no Maracanã lotado, assumiu Zagalo (ainda com 1 ele)
E modificou um pouco o Sistema de Jogo, que há de ter surpreendido os adversários, assim como fez quando jogador de ponta que recuava. Aqui, diante de uma plêiade de meio-campistas fantásticos, foi acomodando-os, com o Volante Piazza indo à quarta Zaga e dando passe na saída de bola, e juntou num só time cinco (5) meio campistas de diversos estilos três canhotos (Gerson, Rivelino e Tostão) e dois destros (Clodoaldo e Pelé). Clodoaldo, um volante que sabia jogar com a bola, fez, inclusive um gol na Copa. Um meia armador com excepcional visão de jogo e passes curtos, médios e longos (Gerson que brilhou com seus passes ás costas dos zagueiros) e três meias-pontas-de-lança (Pelé, Tostão e Rivelino, cada um melhor do que o outro e com características diferentes e , ao que parece, complementares. E um único atacante de ofício, Jairzinho, que corria por toda a parte e entrava em velocidade nos espaços vazios e fez gols em todas as partidas, além de assistências. Pelas características foi pela primeira vez usado o Sistema G – 4 – 5 – 1. Pela distribuição em campo se assemelhava a um G – 4 – 3 – 3, como nas escalações.
Louvem-se os demais convocados que, quando chamados a jogar (vejam nas escalações, de início ou como substitutos, não deixaram a peteca cair)
O Estilo usado foi o mais raiz dos estilos de jogo, do qual Zagallo e Parreira são os principais interlocutores: marcação a partir da cabeça do grande círculo, posse de bola e contra-ataques fulminantes, principalmente porque no México a maioria das equipes teria problemas de adaptação, atraia-se o adversário e saía-se no toque ou em bolas longas nas costas, no mínimo para alongar e espaçar os adversários, criando espaços para jogar, e para desgastar fisicamente também. Gols foram marcados assim!
Foi o melhor time que vi jogar!
Parabéns Brasil!!! Valeu.
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Tri! Rumo ao Hexa! Beijo
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