5a. COPA
1954
A maior surpresa da história,
no dia em que o temível
Escrete Húngaro perdeu o título
Numa das copas mais discutidas de
todos os tempos, o indiscutível era a
Seleção da Hungria. A expressão
Escrete Húngaro é usada até hoje,
quando alguém que caracterizar um grande
time de futebol. A verdade é que os húngaros
jogavam para o gol com a obsessão do gol.
Marcaram 27 em cinco partidas, com a incrível
média de 5,4 gols por jogo, que ninguém
superou até hoje. Foi com essa equipe que o
Brasil se encontrou nas quartas-de-final. Uma
partida tumultuada, ao redor da qual se criou
todo um folclore, discutido até hoje. A
verdade, porém, é que, ao bom time
brasileiro, os húngaros opuseram
uma verdadeira máquina, cheia de jogadas
ensaiadas.
A derrota por 4 x 2 foi inevitável. E eles foram
em frente. Venceram os uruguaios também por
4 x 2. A seguir, jogaram a primeira partida com
a Alemanha: Hungria 8 x 3 e, tudo indicava, seu
time poderia ser campeão até por decreto, tal
a superioridade que demonstrava a cada jogo.
Mas nesse tempo o futebol era a tal
caixinha de segredos. Os húngaros partiram
para a decisão com a Alemanha com a fúria
de sempre e, em 10 minutos já venciam por
2 x 0. Estava escrito, porém, que os melhores
não venceriam. A Alemanha reagiu e fez 3 x2.
Foi, sem dúvida, uma das finais mais
empolgantes de todas as copas do mundo. Um
jogo que teve de tudo, desde a técnica apurada
e a garra dos jogadores, até a surpreendente
virada alemã.
1954
Local: Suíça
Campeã: Alemanha Ocidental
Eliminatórias do Brasil
Brasil 2 x 0 Chile (Santiago)
Brasil 1 x 0 Chile (Rio)
Brasil 1 x 0 Paraguai (Assunção)
Brasil 4 x 1 Paraguai (Rio)
Time-base do Brasil:
Veludo;
Djalma Santos, Pinheiro e Nilton Santos;
Brandãozinho e Bauer;
Julinho, Humberto, Baltazar, Didi e Rodrigues.
Nos jogos do Rio (os últimos contra Chile e
Paraguai) Gerson jogou no lugar de Pinheiro.
Ainda no Rio, contra o Paraguai, Maurinho
substituiu Rodrigues e, já no meio do jogo,
Pinga entrou no lugar de Humberto.
GRUPO I (Brasil e Iugoslávia)
Iugoslávia 1 x 0 França
Brasil 5 x 0 México
Brasil:
Castilho;
Djalma Santos, Pinheiro e Nilton Santos;
Brandãozinho e Bauer;
Julinho, Didi, Baltazar, Pinga e Julinho.
França 3 x 2 México
Brasil 1 x Iugoslávia 1 (inclusive na prorrogação)
Brasil: o mesmo time anterior.
Gols: Didi e Zebec
GRUPO II (Uruguai e Áustria)
Uruguai 2 x 0 Tchecoslováquia
Áustria 1 x 0 Escócia
Áustria 5 x 0 Tchecoslováquia
Uruguai 7 x 0 Escócia
GRUPO III (Hungria e Alemanha Ocidental)
Hungria 9 x 0 Coréia
Alemanha Ocidental 4 x 1 Turquia
Hungria 8 x 3 Alemanha Ocidental
Alemanha Ocidental 7 x 2 Hungria (jogo de desempate)
GRUPO IV (Inglaterra e Suíça)
Bélgica 4 x 4 Inglaterra
Suíca 2 x 1 Itália
Inglaterra 2 x 0 Suíça
Itália 4 x 1 Bélgica
Suíça 4 x 1 Itália (jogo de desempate)
QUARTAS-DE-FINAL
Alemanha Ocidental 2 x 0 Iugoslávia
Áustria 7 x 5 Suíça
Uruguai 4 x 2 Inglaterra
Hungria 4 x 2 Brasil
Brasil: o mesmo time com 3 mudanças:
Humberto, Índio e Maurinho nos lugares
De Pinga, Baltazar e Rodrigues.
Gols: Julinho, Djalma Santos (pênalti),
Kokcis (2), Hideghuti e Lantos (pênalti).
SEMI-FINAIS
Hungria 4 x 2 Uruguai (2 x2 no tempo normal)
Alemanha Ocidental 6 x 1 Áustria
3º. LUGAR
Áustria 3 x 1 Uruguai
FINAL
Alemanha Ocidental 3 x 2 Hungria
Hungria:
Groscis;
Buzanski e Lorant;
Lantos, Boszic e Zacarias;
Toth I, Koccis, Hideguthi, Puskas e Czibor;
Alemanha Ocidental:
Turek;
Posipal e Kohimeyer;
Eckel, Liebricht, e Mai;
Rhan, Morlok, Otimar Walter, Fritza Walter e Schaeffer.
Gols: Puskas, Czibor, Morlock e Rhan (2).
Juiz: Ling, da Inglaterra
Artilheiro: Kocsis (Hungria) 11 gols


Primeira Copa com a mudança na distribuição dos jogadores em campo e nos jornais:
Até a Copa passada e, desde o início, jogava-se no Famoso Goleiro – Zagueiro Zagueiro – Meia Meia Meia – Ponteiro Atacante Centroavante Atacante Ponta; ou G – 2 – 3 – 5.
Nesta, pela primeira vez a distribuição em campo, pela mudança na Lei do Impedimento, passou a ser:
Goleiro – Zagueiro Zagueiro Zagueiro – Meia Meia – Ponteiro Atacante Centroavante Atacante – Ponta. E com o recuo dos 2 Atacantes, a formação que viria, do G -W-M
Evolução, Amigos!!! Quem sabe o passado e vive observando o presente está prestes a ser o primeiro a por o pé no futuro e entrar para a História!
By Jucele
Julio Leal
2021
Excelente. Valeu.
CurtirCurtido por 1 pessoa
Saindo daqui a pouco! Beijo
CurtirCurtir
Primo querido, a primeira Copa da qual tomei conhecimento (eu já ia fazer 7 anos) foi aquela que o Brasil, franco favorito, perdeu pro Uruguai, tendo apenas que empatar. O pobre do goleiro Barbosa foi estigmatizado para todo o sempre, ao deixar passar o gol que nos derrotou. Culpado? Inocente? Até hoje ainda não chegaram a uma decisão, eu acho, como tb acho que o Barbosa (jogador super-gente- boa) já faleceu. Nunca na minha vida, voltei a presenciar uma tristeza tão profunda e um silêncio tão sepulcral quanto naquele dia. Na Tijuca, meu bairro, nem passarinho ousava cantar no dia seguinte; imagine no domingo da derrota! Nem quando o grande cantor Francisco Alves morreu, nem quando Kennedy (que era uma unanimidade positiva na época) foi assassinado, houve um silêncio tão absoluto assim. Aquilo me marcou para sempre. Naquele tempo, nosso Brasil era outro, muito outro. Que diferença, “mil anos” depois, já cheio de Copas ganhas, perdeu mais do que vergonhosamente para a Alemanha, de 7 a 1! Cadê o silêncio triste da década de 50?
Quando da Copa na Suíça (eu ia para os 12 anos), me lembro bem da torcida cavalar do meu pai e do tio Raphael, colados no rádio, na casa do tio, em Vila Isabel (bons tempos), no jogo do Brasil com a Hungria. Lembro tb da raiva danada e da sensação de desilusão dos dois, mas aquela era uma carta-marcada. O Brasil só venceria por milagre. Vc me fez lembrar do único nome de jogador da Hungria, o Puskas, embora não tenha sido ele o artilheiro da Copa.
É primo, estas linhas são apenas mini-lembranças, que estes seus textos me trouxeram. O próximo vai ser sobre a Copa na Suécia, aquela epopéia maravilhosa que botou o Brasil no mapa da História do Futebol e consagrou para sempre o então menino Pelé. Quando você publicar, gostaria de te contar como vivenciei o fato. Posso?
Muitos beijos,
Marilia
CurtirCurtir
Que bacana, lindas memórias, embora tristes, mas aprendendo desde criança que não são só as vitórias… Naquele 50 estava nos testículos do Seo Julio, um pouquinho antes de ir caçar o óvulo certo da Dona Jaira (com trema). Papai e Vô Badu falaram da tristeza, do barulho do silêncio; Mas foi um vice campeonato inédito, já jogáramos bem, mas saímos cedo, depois 3o. a em 50 Vice, aprendendo para a conquista de 58. Aquele gol crucificou o Barbosa, falar depois é fácil. Fui goleirinho, e acho que o goleiro não pode levar o gol no canto da bola (jogador, Gighia veio da direita e chuto no canto esquerdo go goleiro, menos culpa teria se fosse um chute cruzado. Só pegar aquela bola o salvaria dos comentários de quem perdeu e chorou. Claro que pode, na verdade, deve contar o acontecido na Copa de 58, quero saber, sim. Praticamente acabei hoje, devo postar em Inglês amaná, e em Português depois de amanhã. Obrigado por comentar, me dá imensa alegria. Pessoas de 53 países já acessaram o site, mas nada comentam, nem criticam…. MOITAS… kkk Beijo e boa noite! Vou terminar de fazer a comida que o ulio chega umas 22h15 com grande fome! Beijão
CurtirCurtir