Rio, Agôsto de 1981

Jenny Spinola Motta

Minha Filha.

Para minha filha Marília,

“menina dos meus olhos”!

Vinte e oito anos eu tinha

quando por aqui chegaste!

Oito anos de casamento,

oito anos de espera!

Finalmente apareceste

alegrando nossas vidas!

Infância saudável e feliz.

Juventude, idem, idem.

Chegada a mocidade

a profissão escolheste:

Professora quero ser,

e abraçar com amor

a carreira escolhida!

O tempo correu ligeiro,

logo te vimos contente

ao lado do noivo amado

dizer-lhe o sim no altar!

Deus foi bom contigo,

mandou-te para marido

seu melhor anjo do céu!

Depois chegaram os teus filhos,

Paula, uma meninona!

Henrique, um belo menino!

Dois anjos, dois amores!

Teu pai não é Joaquim Gama (da novela Baila Comigo)!

É o Joaquim Motta, bancário,

que te ama de verdade!

Quebra todos os teus galhos

por mais altos que eles estejam!

Tua mãe sou eu, a Jenny,

poeta depois de velha,

que até hoje não teve

a coragem de tirar

tua boca pequena,

do seu seio envelhecido!

Não é mais leite que sai

é sangue puro, sangue vivo

que só o amor sabe dar!

Louvada sejas tu,

que vem cumprindo tão bem

sua missão nesta terra,

seguindo com firme vontade

seus belos ensinamentos!

Ama seu pai e sua mãe!

Ama seu marido sinceramente!

Ama seus filhos de verdade!

Ama seu único irmão!

Ama também seus parentes!

Ama todas as amigas!

Ama seus pequenos alunos!

Ama os que não são amados!

Ama sempre a verdade!

Com muita sabedoria, ela usa e abusa de “AMAR”,

Para receber em troca, amor, amor, muito amor,

E ser amada para sempre!

Louvada sejas portanto!

Carinhosamente tua mãe,

Jenny

Jenny Spinola Motta

“Mensagens de uma Vó Poeta”

Dezembro – 1981

By Jucele

Julio Leal

2020

Conforme escrito na Ortografia da época!

Mensagem 11, página 15