Estórias, História, Fatos, Casos e “Causos”
25 – Figueiredo um dos zagueiros mais talentos que vi jogar
Figueiredo foi um dos melhores zagueiros que vi jogar, tinha a leveza e uma pluma e a força de um tanque – zagueiro raiz, nem era alto mais ganhava as disputas na cabeça com inteligência, a técnica de desarme era fantástica, tirava a bola do atacante tentando o drible até de letra, saía jogando com a maior facilidade e não raras as vezes em que tomou a bola do bom adversário, livrando-se dele e na sequência de uma penca de oponentes, saindo de área a área, poderia até fazer o gol, não me lembro se assim fez, mas preferia passar, dar a assistência.
Chegou ao Flamengo trazido do Nacional, após a participação em uma Taça São Paulo, tanto do Fla quanto do Nacional. Clubes grandes o queriam, mas o Flamengo foi mais rápido, sua C.T. obteve o sim da Família, colocou-o no ônibus junto com o também excelente André, camisa 10 canhoto e hábil, um pouco mais velho do que Figueiredo, e veio para a glória eterna.
Andrezinho foi jogar no Sub 20 (à época Juvenil) sob o Comando de Américo Faria e Jairo Leal. Figueiredo no Sub 18 (Infanto-Juvenil). Importante mencionar que ambos não puderam jogar partidas oficiais por 2 (dois) anos, pois o clube paulista não cedeu a liberação, cumprindo estágio, enquanto o Flamengo foi suspenso da participação em Taças São Paulo pelo mesmo período, até que um Profissional do Clube bem conhecia um Diretor da FPF e o convenceu a permitir que o C. R. do Flamengo voltasse a disputar aquela célebre competição que comemora o aniversário da Cidade. Valeu a pena porque o Flamengo ganhou um grande jogador, que virou lenda com sua prematura morte em acidente de avião junto com o Irmão do Bebeto indo para uma festa na Bahia.
Assim que foi liberado para jogar, assegurou a titularidade por já ser sobejamente conhecido do Técnico e de todos, pura qualidade, nível superior, formando uma zaga de respeito com o Capitão do Time Campeão Sub 18 em 1978, Denílson, zagueiro alto forte, canhoto, muito técnico e com espírito de liderança, ajudando o time que formava assim: Zé Carlos, Toninho, Figueiredo, Denílson e Jorginho, Dourado, Mozer e Niltinho, Oman, Ronaldo Sereno e Edson Gonzaga.
A vida tem seus próprios caminhos, parecendo depois, um enredo de filme, escrevendo certo ainda que por linhas tortuosas. Time Campeão Estadual com a maioria nascida em 60, como o Figueiredo, apenas Zé Carlos e Ronaldo de 62, mas o Treinador do Juvenil (Sub 20 que em 1979 tornou-se Junior) Prof. Américo Faria promoveu todos os Titulares e alguns bons reservas que estouraram a idade. O destino, ah o destino… Américo liberou todos os zagueiros de 59 para usar Figueiredo e Denílson como titulares, embora jovens, reconhecendo suas qualidades, mas o Capitão Denílson (assim fomos informados à época pelo Supervisor Luiz Carlos) tentou liberar-se do Exército por conta própria e engajou, teve eu servir (o Flamengo geralmente conseguia todas as liberações) e não se apresentou com o Elenco.
Iniciaram-se os treinos e havia falta de zagueiros, uma vez que liberados no ano anterior, até que quando se iniciaram os treinos táticos e os coletivos apresentou-se gravemente o problema da quarta zaga. A maioria dos de 60, primeiro ano na Categoria, estava no time reserva, inclusive o meia direita Mozer (com som fechado como um circunflexo, mais tarde por sugestão da Imprensa, Mozer com som de acento agudo no o) que em julho de 78 saiu dos 1,60 m para 1,75 e no final daquele ano a 1,90 m, alto, magro ainda em desenvolvimento. Dizem que num treino, Américo virou-se para Seo Bia, um paraguaio que foi jogador tricampeão no Fla, muito experiente Treinador, atuando como Assistente, e falou do problema da quarta zaga, no que Seo Bria, muito inteligente, experiente e honesto respondeu com seu sotaque espanhol que jamais perdeu: “pone aquel grandon do meio de campo reserva de zaguero ao lado de Figueiredo que ele va aprender tudo de la posicion con Figueiredo e por ser mais alto vá a los professionales y a la Selecion antes de Elo”. Dito e feito, formaram uma grande dupla que se completava nos Juniores. Logo depois desse fato já dirigidos pelo antigo Treinador do Infanto, promovido com a ida do Prof. Américo para o Mundo Árabe. Foram ambos bicampeões no Junior em 79 e 80 e Campeões Mundiais em 1981 com Carpegiane, único Mundial até os dias de hoje. Denílson seguiu sua carreira jogando em outros Clubes. C’est la vie!
P.S. – Assim lembro-me dessa Estória, há quase 50 anos… desculpe-me, caro Leitor qualquer falha.
Por Julio Leal
P.S. 2 –A Estória de Figueiredo contada em vídeo por seus Pais e com a participação de diversos colegas contemporâneos é maravilhosa, pois fala de um Ser Humano Espetacular, Figueiredo, que como em outros casos nos deixa pensando se o Homem lá em cima que a tudo vê não os quer junto a si.
P.S. 3 – Um não morre enquanto outrem dele se lembrar! Shine, Figueiredo, shine!




Cláudio Figueiredo Diz, mais conhecido como Figueiredo (São Paulo, 23 de dezembro de 1960 — Nova Friburgo, 20 de dezembro de 1984), foi um futebolista brasileiro, zagueiro do Flamengo, no início dos anos 1980. Cláudio Figueiredo Diz era filho do espanhol Antonio Lago Diz e de Suzana Figueiredo.
Carreira
Figueiredo começou a jogar futebol, como dente de leite, no Palmeiras. Aos quinze anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, para defender os infantis do Flamengo, que o lançou no time de cima em 1979, aos 18 anos, numa partida contra o Fluminense de Nova Friburgo.
Em 1980, ainda nos juniores, chamou a atenção do veterano técnico franco-argentino Helenio Herrera, na época treinador do Barcelona, que tinha vindo ao país observar jogadores.[1]
Incorporado definitivamente ao elenco do Flamengo em 1981, Figueiredo teve a oportunidade de conquistar os títulos dos Brasileiros de 1982 e 1983, além da Libertadores da América e da Copa Intercontinental em 1981, atuando como titular na partida final dos três primeiros.
Diversas contusões atrapalharam-no ao longo de sua carreira, inclusive em 1984, quando foi considerado pelo então técnico Cláudio Garcia como titular absoluto da quarta-zaga rubro-negra. Sua última partida com a camisa rubro-negra aconteceu em 1º de dezembro de 1984, quando o Flamengo foi derrotado pelo Fluminense pelo placar de 2 a 1 pela Taça Rio. Neste jogo, Leandro foi deslocado para o meio-campo e Figueiredo acabou recebendo do técnico Zagallo a camisa 10 do ausente Tita.
Curiosidades
Em um time repleto de estrelas, como o Flamengo do início da década de 1980, Figueiredo não chegava a ser um dos destaques daquela equipe. “Não é um jogador excepcional, e seu prestígio deve-se em parte ao sobrenome, que insinua um parentesco com o presidente João Figueiredo“, escreveu o jornal Folha de S. Paulo no texto sobre o acidente avião que vitimaria o zagueiro em 1984.[2] Justamente por causa do sobrenome, ele tinha sido escolhido como “padrinho” da recém-criada torcida Fla-Diretas em janeiro de 1984.[2] Assim, ele teria sido o primeiro futebolista a dar apoio à campanha “Diretas Já“.[2] O sobrenome também valheu-lhe o apelido “Presidente” entre os jogadores.[3]
Morte
Figueiredo morreu, aos 23 anos, pouco menos de um mês depois, num desastre de avião no Pico da Caledônia, em Nova Friburgo. O monomotor Corisco de prefixo PT-NJS 193 desapareceu após decolar do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, e só foi localizado um dia depois, a uma altitude de dois mil metros no Pico da Caledônia, embora os bombeiros só tenham conseguido alcançar o local após mais dois dias, devido às chuvas e à neblina na região.[4] No acidente, morreram também, além de Figueiredo, Nilton, irmão de Bebeto, uma modelo amiga dos dois jogadores e o piloto.
Estatísticas
Até 30 de novembro de 1984.
Clubes
| Clube | Temporada | Campeonato nacional | Copa nacional[a] | Competições continentais[b] | Outros torneios[c] | Total | ||||||||||
| Jogos | Gols | Assist. | Jogos | Gols | Assist. | Jogos | Gols | Assist. | Jogos | Gols | Assist. | Jogos | Gols | Assist. | ||
| Flamengo | 1979 | — | — | — | 1 | 0 | 0 | 1 | 0 | 0 | ||||||
| 1980 | — | — | — | — | 0 | 0 | 0 | |||||||||
| 1981 | 1 | 0 | 0 | — | 12 | 0 | 0 | 19 | 0 | 0 | 32 | 0 | 0 | |||
| 1982 | 8 | 0 | 0 | — | 2 | 0 | 0 | 31 | 0 | 0 | 41 | 0 | 0 | |||
| 1983 | 16 | 0 | 0 | — | 5 | 0 | 0 | 24 | 0 | 0 | 45 | 0 | 0 | |||
| 1984 | 18 | 0 | 0 | — | 7 | 0 | 0 | 8 | 0 | 0 | 33 | 0 | 0 | |||
| Total | 43 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 26 | 0 | 0 | 83 | 0 | 0 | 152 | 0 | 0 | |
| Total na carreira | 43 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 26 | 0 | 0 | 83 | 0 | 0 | 152 | 0 | 0 | |
- a. ^ Jogos da Copa do Brasil
- b. ^ Jogos da Copa Libertadores da América
- c. ^ Jogos do Campeonato Carioca, Torneio Internacional de Nápoles, Taça Governador Ary Ribeiro Valadão, Amistoso, Torneio Triangular do Pará e Mundialito de Clubes
| [Expandir] | Data | Local | Resultado | Adversário | Gols | Assist. | Competição |
Títulos
Flamengo
- Taça Jorge Frias de Paula: 1979
- Campeonato Carioca: 1979 (Especial) e 1981
- Campeonato Carioca Sub-20: 1980
- Torneio Internacional de Nápoles: 1981
- Taça Guanabara: 1981, 1982, 1984
- Copa Libertadores da América: 1981
- Taça Sylvio Corrêa Pacheco: 1981
- Copa Intercontinental: 1981
- Taça Governador Ary Ribeiro Valadão: 1982
- Campeonato Brasileiro: 1982 e 1983
- Taça Rio: 1983
Figueiredo
Ex-zagueiro do Flamengo
Naquele Flamengo de Zico, Adílio, Andrade, Nunes, Tita, Júnior, Leandro, ele era um coadjuvante. Mas, apesar de não ser uma das estrelas rubro-negras naquele começo dos anos 80, Figueiredo, o Cláudio Figueiredo Diz, já brilhava e prometia brilhar ainda mais.
Mas Figueiredo não teve tempo para mostrar que realmente poderia ser um dos melhores zagueiros do futebol brasileiro. Um acidente de avião, no qual ele era passageiro, no dia 20 de dezembro de 1984 impediu o sonho do jovem paulistano, que estava prestes a completar 24 anos (Figueiredo nasceu em São Paulo no dia 23 de dezembro de 1960). No mesmo acidente morreu também o irmão do atacante Bebeto (ex-Vasco, Flamengo e titular ao lado de Romário na Copa de 94).
Figueiredo morreu precocemente, mas teve tempo de comemorar muitos títulos importantes com a camisa do Flamengo, entre eles o da Libertadores de 1981, do Mundial de 1981, do Carioca de 1981 e dos brasileiros de 1980, 1982 e 1983.
Com a camisa do Flamengo, Figueiredo, atuando boa parte das vezes ao lado de Mozer ou Marinho, fez 152 jogos (87 vitórias, 37 empates e 29 derrotas), como consta no “Almanaque do Flamengo”, de Clóvis Martins e Roberto Assaf.
Figueiredo foi palmeirense
Antes do sucesso na Gávea, Figueiredo atuou em times Dente de Leite do Palmeiras (veja na galeria de fotos). Alguns de seus companheiros de equipe era Deda, Tonigato e o goleiro Luiz Sergio. O zagueiro não chegou a vestir a camisa do time profissional do Palmeiras.
Ainda sobre Figueiredo, no dia 28 de novembro de 2008, o site Terceiro Tempo recebeu de Frederico Lago (fredericolago@gmail.com), o seguinte e-mail:
“Milton,
Uma curiosidade muito interessante sobre o finado zagueiro Figueiredo (ex-Flamengo) é que a última partida realizada por ele foi contra o Fluminense (terminou 2×1 para o Flu e o gol do Fla foi feito por Elder de cabeça), no Maracanã, em 1984, numa noite de quarta-feira. No dia o Flamengo (o técnico era o Zagallo) entrou com vários desfalques inclusive no meio campo, o que levou Zagallo a escalar o Leandro no meio campo. O curioso do jogo é que neste dia como Leandro foi para o meio campo, Figueiredo entrou na zaga e jogou com a camisa 10, a eterna camisa de Zico. Valeu como prêmio, como uma despedida pela curta carreira do jogador. Parece que naquele dia os Deuses do Futebol já sabiam do trágico fim da carreira do jogador.
Frederico Lago?
por Rogério Micheletti
By Jucele
Julio Leal
Treinador do Figueiredo de 77 a 80
20 de dezembro de 2025 (quando se completam 41 anos de seu falecimento, tornando-se Estrela no Céu, ele que entre nós, nesse Plano foi Super Estrela!