22 -ESTÓRIAS, HISTÓRIA, FATOS, CASOS E “CAUSOS”: EDSON GONZAGA LUÍS DA SILVA, BASTOU 1 (UM) TREINO PARA SER INSCRITO NO FLAMENGO

22 -ESTÓRIAS, HISTÓRIA, FATOS, CASOS E “CAUSOS”.

EDSON GONZAGA LUÍS DA SILVA

BASTOU 1 (UM) TREINO PARA SER INSCRITO NO FLAMENGO

Quando entramos no Clube de Regatas do Flamengo, em 1º de janeiro de 1976, iniciamos nossa carreira de Treinador Profissional de Futebol, na Categoria Infanto-Juvenil (sub 18), hoje Juvenil a partir de 1979 e, Preparador Físico do Técnico Jayme Valente do Juvenil (hoje Junior).

Jayme Pimenta Valente e Sebastião Barroso Lazaroni me recomendaram ao Presidente do Flamengo, Dr. Hélio Maurício, quando subiram de Categoria. Havíamos cursado juntos a Escola de Educação Física e Desportos da U.F.R.J. (de 70 a 72) e completada a Pós-Graduação como Técnico Desportivo de Futebol (mais tarde, Treinador Profissional de Futebol – Lei 8650/93). Gratidão eterna!

Voltando ao assunto importante, o Edson, em 1976 assumimos o Processo de Experiência e Seleção de Jogadores novos para o Mengão, realizado até então pelo excelente Plínio Simões Guedes, possuidor de ótimo olho clínico que trouxe ao Clube vários bons jogadores.

Trabalhando em duas Categorias, sobravam-nos as segundas-feiras, que aproveitamos para a realização do Processo Seletivo com a ajuda do Sr.  Walter Miraglia. Durante a semana a Secretaria recebia os jovens candidatos e os inscrevíamos numa ficha até completar 10 (dez) por posição, passando, então para a ficha da semana subsequente.

Sendo os treinos das diversas Categorias realizados na Gávea ou em locais distantes, conseguimos a liberação das dependências do Esporte Clube Cocotá, na Ilha do Governador, para a realização dos treinos do Processo, sendo bom para todas as partes: O Fla que tinha de graça o Clube, cortesia do Presidente Sr. Antonio de Almeida Santos, o Cocotá que aumentava em muito sua visibilidade (110 jovens sonhadores, Pais e Amigos, espiões de outros clubes, além de torcedores e Sócios, a localização que abrangia a Ilha, Subúrbios e Cidades próximas.

Em um desses treinos, exatamente numa semana em que se encerravam as inscrições para o Campeonato Carioca Infanto-Juvenil daquele ano, provavelmente (se não falha a memória) em 1977, um dos 10 (dez) pontas-esquerdas inscritos era o jovem Edson Gonzaga Luís da Silva, nascido a 1º. de junho de 1960, no Rio de Janeiro.

Lá pelo meio da sessão, que durava horas, e transcorria normalmente (nunca um pretendente, mesmo de qualidades insuficientes, treinava menos de 45  minutos) entrou o Edson, de baixa estatura, mas forte, logo demonstrando suas qualidades técnicas (domínio da bola, condução, finta, drible e cruzamentos precisos), além das físicas (coordenação, agilidade, força e velocidade) e as táticas (pois sendo ponta-esquerda, atacante, partia pra cima do lateral e dos zagueiros sem medo e resolvia os lances (mas, além de atacar, recuava para ajudar na armação e ajudar seu lateral). Bastaram alguns minutos.

Ao final da sessão reuníamos todos no ginásio e anunciávamos os aprovados para o treino da semana seguinte, mais apurada observação, dos 22 (vinte e dois) melhores. Os demais eram dispensados, sempre com um agradecimento, uma palavra de apoio e o incentivo para buscar outro Clube e não deixar de estudar. Sabe-se de um jogador famoso que foi reprovado em 9 (nove) Peneiras, aprovado na 10ª. e levantou a Taça na Copa do Mundo.

Pedimos ao Edson e seu responsável para esperar e, face ao término das inscrições para a Categoria dele naquela semana e o potencial demonstrado, decidimos pedir com urgência máxima os documentos a entregar na Secretaria da Gávea para o Registro imediato. Pura sorte!

O Flamengo tinha ótimos pontas esquerdas, Julio Cesar Uri Ghelli, “O Entortador” (56), Lima (57), muito hábil e efetivo, depois lateral esquerdo (como curiosidade, mais tarde Treinador descobriu Vini Junior), Ricardinho, ponta esquerda raiz (59), Jorginho (61), Marcelo Buarque, de chute muito potente (62), e Paulo Henrique (64) filho do lateral do Fla e da Seleção.

Mas Edson chegou com tudo, muito determinado, bom de grupo, logo apelidado de “MAGU”, espírito de luta, raça e superação incomparável. Foi campeão de Infanto Juvenil, em 78 como titular, promovido ao Juvenil do Técnico Américo Faria em 1979 (quando a Categoria passou a Junior) tornando-se bicampeão nessa categoria, tri em sequência, contado o Infanto/78, e daí ao Profissional daquela “Era de Ouro”, com o Coutinho e depois Carpegiane. Campeão Mundial em 1981 no Japão sendo utilizados vários jogadores daquela geração [dos 11 (onze) titulares, só 3 (três), Raul, Marinho e Lico não foram formados na Gávea]. Edson ajudou a construção dessa História!

Craque o Flamengo fazia em Casa! Ainda faz!

Prata da Casa: Ouro da Casa!

Anos depois, fomos treinar o Coritiba (1998) e lá estava o Edson, onde atuava como Treinador das Categorias de Base. Foi uma festa. Que abraço inesquecível!

Um dos bons Atletas (conjugação do binômio Jogador + Homem) com quem trabalhei!

Vida longa, Edson!

P.S. – Ele atuava como ponta-esquerda e teve uma carreira de destaque em clubes como Flamengo, Coritiba, Cruzeiro e Internacional.

No Flamengo, Édson conquistou títulos importantes, incluindo o Campeonato Carioca de 1981 e os Campeonatos Brasileiros de 1982 e 1983. Já no Coritiba, ele foi campeão brasileiro em 1985, sendo parte do time que venceu o Bangu na final, no Maracanã. Além disso, no Cruzeiro, ele acumulou conquistas como a Supercopa Libertadores de 1992 e vários Campeonatos Mineiros.

P.S. 2 – Assim que eu vejo como foi a Estória, se a um desagradar ou ofender, peço desculpas antecipadas. Oro sempre pelos milhares de jovens pretendentes a Jogadores de Futebol cujo sonho encerrei, ossos do ofício.

P.S. 3 – Eram 110 pretendentes a cada duas semanas, carca de 2000 jovens tentando jogar pelo Flamengo. Na faixa de Junior (sub 20) aproveitamento de 0,001 % (máximo 2 jogadores), para o Juvenil (Sub 18) 0,003 % (máximo de 6), e um pouco mais para o Infantil (Sub 15). Era como num Garimpo, não importa o que não era Ouro ou Diamante, importante encontrar aquela pedra que bem lapidada tornar-se-ia um Brilhante. Encontramos poucos, mas bons, que fizeram valer a pena.

P.4. – Mais à frente o Processo requeria melhor organização e trouxemos o Professor José Claudinei Georgini, Valinhos (ex-Jogador e Professor) para Coordenar o Processo, com Treinos para 44 (quarenta e quatro a cada semana), retornando na quarte feira os 22 melhores, e na sexta a última avaliação entre eles ou contra uma equipe reserva do clube.

P.S. 5 -Morreu hoje Jair da Costa, campeão mundial em 62. D.E.P.

P.S.6 – Vídeo do Post 22 – Estórias, História, Fatos, Casos e “Causos” em @julioleal4218 – Edson Gonzaga Luís da Silva.

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