IV – A TIRADA – FUTEBOL – PROF. ERNESTO DOS SANTOS – IV de V

IV – A TIRADA

          Como dissemos antes, a maior preocupação do defensor deve ser impedir que seu oponente chegue a dominar a bola. Para isso, numa ação enérgica de antecipação deve ter lugar. Mas, é claro, isto nem sempre se consegue e o defensor, no   decorrer de uma partida, vê-se frequentemente em face de um adversário com a bola nos pés, perfeitamente controlada, pronto a anular qualquer ação defensiva de seu marcador.

          Algumas recomendações devem ser feitas para êste caso.

          Em primeiro lugar, nunca, em tais circunstâncias, o defensor deve correr precipitadamente sôbre o seu oponente. Estará sujeito a levar um “drible” ou um “corte” e ficar caído – o que é mais comum nestes casos – inteiramente fora de ação, vendo o homem sob sua responsabilidade partir livremente para o goal.

          Em segundo lugar: deve defrontar o adversário, mas retraindo-se, dando alguns passos para trás, pois isto, de forma geral, desconcerta o atacante que espera ser atacado pelo seu marcador

e que muitas vêzes fica sem saber o que fazer quando este se limita a cercar sua passagem ou parando diante dele.

É claro que esta ação do defensor só é aconselhável fora da área, em que o atacante não tenha o goal sob seu fácil alcance.

Oferece ela as seguintes vantagens: a) quando o atacante se atrapalha perde a posse da bola com facilidade; b) pode êle tomar a iniciativa do drible, procurando o defensor, o que é sempre uma vantagem para este; às vezes, desconcertado, dá um passe para trás, renunciando à posse da bola e livrando a responsabilidade de seu marcador; c) êsse passe pode vir a ser interceptado por um outro defensor e, mesmo que isso não aconteça, será sempre um desafogo para a defesa, que poderá se armar, numa cobertura eficiente, tornado já improvável uma atuação de perigo que resultaria de uma ação precipitada do marcador. Como vemos, é sempre vantajoso este modo de agir. Mas vamos à terceira recomendação.

Quando parar diante do atacante com a bola dominada,  mova-se diante dele com cuidado e não olhe para êle, evitando assim, ser batido por um drible de corpo. Há jogadores habilíssimos nesta espécie de dribles. Olhe sempre para a bola à espera do momento em que êle, tocando-a, a adiante um pouco e permita, então, uma ação decidida de sua parte.

Quando o jogador de posse da bola a conduz no terreno, vai dando toques sucessivos e, por mais hábil que seja no drible, sempre a bola se afasta de seus pés pelo menos nos 80 centímetros. Ora, é nesse momento que se deve verificar a ação do defensor. Entrar na bola “oferecendo o lado interno do pé ao seu contacto” e transferindo o peso do corpo para a perna que entra em ação. Desta maneira se oferecerá uma enorme resistência ao contacto da bola ou do adversário a este, em movimento, muitas vezes em plena corrida, encontra um obstáculo que não pode vencer, perdendo a posse da bola.

Figura No. 4

Na figura 4, vemos o jogador de camisa listrada que, tendo oferecido o pé de esquerdo ao contacto da bola, pelo lado de dentro, se apóia sobre a perna esquerda, prensando a bola que, desta forma, dificilmente lhe escapa. Na figura 5, vemos ampliada a ação dos pés com a bola em linha pontilhada e podemos notar que o adversário, na corrida, não vence o obstáculo, chegando muitas vezes a tropeçar e cair. É uma ação perfeitamente legal que todo defensor deve saber realizar eficientemente.

Figura no. 5

Alguns jogadores em nosso meio, em situação idêntica, em vez de entrarem com o lado do pé, entram de sola. A Ação é eficiente, mas sempre perigosa porque é comum a sola cheia                             de traves não atingir a bola e sim o tornozelo do adversário. Isso deve ser punido como jogo violento e desleal.                        

A manobra explicada acima é aconselhável contra adversários que conduzem a bola muito próximo dos pés, isto é, os bons dribladores. Mas diante daqueles que, não sendo tão hábeis, adiantam a bola, a ação é muito mais fácil. Um toque suave para um lado saindo o defensor pelo outro, uma passagem pela frente do atacante, arrebatando-lhe a bola e, em certos movimentos, uma rebatida enérgica são os recursos comumente usados.

Isto é uma coisa que depende muito da habilidade do jogador.

Os bons jogadores sabem sempre como agir em tais situações, embora certas manobras, como a que aqui acabamos de explicar, possam ser ensinadas e aumentar assim sua eficiência.

Futebol

A TIRADA

Prof. Ernesto dos Santos

Escrito conforme a Gramática e a Língua Portuguesa da época (1956)

P.S. 1 – Hoje é dia de Missa em Intenção da Alma de minha Amada Sônia Tinoco Rainha Feiosa, hoje Estrelinha no Céu. Igreja N.S. da Paz às 17h30. 120 meses, 10 longos anos (parece que foi ontem!)

P.S, 2 – Hoje também é dia da Missa pela saúde e recuperação da Mana Amada Junira Conceição, na Igreja N. S. da Paz, às 17h30.

By Jucele

Julio Leal

03 de Julho de 2024

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