III – O TRANCO
O tranco é pouco usado no Brasil e a maioria dos nossos jogadores não tem mesmo a menor noção do seu emprego.
O tranco (Shoulder charge) é um toque de ombro contra ombro em que é ilegal qualquer ação de braço. Corretamente aplicado, é um contacto entre a massa do deltóide e só permitido quando em disputa da bola, estando esta à “distância de jogo”, isto é, em condições de ser jogada por ambos os disputantes.
Na Europa, sobretudo nos países britânicos, é muito usado, pois os jogadores, mais lentos, vêm-se mais frequentemente envolvidos nessa disputa até certo ponto rude, em que o tranco é dado enèrgicamente, mas com lealdade.
Aqui no Brasil, por força de nossa agilidade e do poder de antecipação já citado, nunca chegamos a desenvolver o uso do tranco.
ARQUIVO DA ESCOLA NACIONAL DE EDUCAÇÃO DÍSICA E DESPORTOS
Entretanto, como se trata de um recurso de jogo, não se compreende que jogadores profissionais o desconheçam inteiramente – como aqui acontece – e que, por não estarem a êle habituados e nêle instruídos, reagem geralmente com uma jogada violenta quando, enfrentando equipes estrangeiras, são lealmente trancados. Achamos. Portanto, necessário que nossos jogadores sejam treinados para esta situação.
Na figura 2, vemos uma disputa de bola em que o jogador de branco procura deslocar o seu adversário com um tranco perfeitamente legal. Note-se o contacto de ombro contra ombro e que a bola está diante de ambos os jogadores à “distância de jogo”.

Figura No. 2
Na figura 3, vemos uma variação do tranco em que os jogadores defrontando-se, também procuram se deslocar mùtuamente num toque de ombro, em disputa da bola.

É comum, no tranco, o jogador movimentar o braço dando um empurrão no adversário. Isto, porém, é ilegal e deve ser punido pelo árbitro.
Como já dissemos antes, a única hipótese em que o tranco pode ser aplicado fora da regra “ombro contra ombro”, é no caso de obstrução, legal, em que o jogador que a faz pode ser trancado pelas costas, sem violência porém.
Aliás, o tranco é uma manobra em que se procura deslocar o adversário, ou para arrebatar-lhe a bola ou para manter a sua posse, mas não pode ser aplicado violentamente.
Livreto em 5 partes:
I – DEFINIÇÃO
II – ANTECIPAÇÃO
III – O TRANCO
IV – A TIRADA (TACKLE)
V – JOGADAS DESLEAIS
ERNESTO DOS SANTOS:
Ernesto dos Santos
Atuação
Treinador(a)
Auxiliar Técnica(o)
Nascimento
15/04/1906
Portugal
Morte
Brasil
Observador técnico, isto é, “espião”, da Seleção Brasileira nas Copas de 1958, 1962 e 1966, teve papel fundamental na conquista do bicampeonato mundial. Foi o responsável por acompanhar e repassar os esquemas táticos e treinamentos dos adversários à comissão técnica brasileira, detalhando inclusive, as características técnicas de cada jogador estrangeiro.
P.S. – Escrito com a Gramática de 1956, de forma simples e linda, corretamente.
P.S. 1 – Vem aí “A TIRADA” propriamente dita, o “TACKLE” a “TOMADA”, o DESARME. sem o qual só se tem abola na saída ou recomeço. O melhor desarme que vi foi o do Carlinhos “Bago Velho” do Esporte Clube Cocotá!
P.S. 3 – Hoje, 30 de junho é dia em que Vô Badu faleceu, em 1984. Badu, José Pinto Lopes, avô materno, foi Jogador de Futebol nas décadas de 20, e 30, atuando no Vasco da Gama com seus 2 Irmãos (inclusive na inauguração de São Januário em 23 para o Sul-americano, no América e no Bonsucesso. Depois foi Árbitro, nas décadas de 4o e 50, havendo bandeirado o primeiro jogo no maracanã entre Seleção Carioca e Seleção Paulista Dizia que foi ele que convenceu Mario Vianna com 2 ennes a ingressar na Carreira de Árbitro. Conheceu o Neto Julio, o outro Avô, Julio, não!
By Jucele
Julio Leal
30 de Junho de 2024. A metade do ano de 2024 já se foi. Aproveitem segundo semestre!