Páscoa 2023: Feliz e abençoado Domingo de Páscoa

Importância da Páscoa

Desde o mundo antigo, a Páscoa é uma das mais importantes datas do calendário de festividades do mundo cristão. Sua mais conhecida conotação religiosa vincula-se aos três dias que marcam a morte e a ressurreição de Jesus Cristo. Entretanto, muitos estudiosos tentam dar outra interpretação a esse fato, trazendo uma visão menos ligada à história da ressurreição.

A relação entre a Páscoa cristã e os mitos pagãos

Em uma perspectiva histórica da formação das crenças cristãs, alguns estudiosos apontam que o cristianismo, ao florescer em sociedades marcadas pelo politeísmo e por várias narrativas míticas, acabou incorporando a ideia de imortalidade presente em outras manifestações religiosas. De acordo com os pesquisadores M. Goguel, C. Guignebert e A. Loisy, a morte trágica seguida do processo de ressurreição que é vinculada a Jesus em muito se assemelha às histórias de outros deuses, como Osíris, Attis e Adônis.

Estudos mais recentes apontam que essa associação entre a Páscoa cristã e outras narrativas mitológicas está equivocada. A própria concepção de mundo e as funções que a morte e ressurreição assumem nas crenças orientais e greco-romanas não podem ser vistas da mesma maneira que na construção do ideário cristão. O estudioso A. D. Nock aponta para o fato de que no cristianismo a crença na veracidade da história bíblica é uma chave fundamental de seu pensamento e que está ausente na maioria das religiões que coexistiram na Antiguidade.

A relação entre a Pascoa cristã e a Páscoa judaica

Interpretações mais vinculadas à própria cultura judaica e à narrativa Bíblica apontam a Páscoa como algo que dá um novo sentido à festividade de libertação dos hebreus do cativeiro egípcio. (Você pode obter mais informações sobre esse acontecimento clicando aqui). Nessa visão, a libertação do cativeiro, enquanto um episódio de redenção do povo hebreu, se equipararia à renovação do Cristo que concedeu uma nova esperança aos cristãos. Apesar de a narrativa bíblica afirmar que o episódio da ressurreição foi próximo à festa judaica, a definição do dia da Páscoa causou uma contenda junto aos representantes da Igreja. (Para entender melhor como os cristãos concebem a Páscoa judaica e a relação desta com Cristo, clique aqui).

Concílio de Niceia (325) e a data da Páscoa no calendário cristão

No ano de 325, durante o Concílio de Niceia, houve a primeira tentativa de se estabelecer uma data que acabasse com as contendas com respeito ao dia da Páscoa. Mesmo tentando resolver a questão, só no século XVI – com a adoção do calendário gregoriano –, as dificuldades de definir a data da páscoa foram amenizadas. Foi determinado que a celebração da Páscoa ocorreria no primeiro domingo, após a primeira Lua cheia do Equinócio da Primavera, entre os dias 21 de março e 25 de abril.

Mesmo sendo alvo de tantas explicações e contendas, a Páscoa marca um período de renovação entre os cristãos, quando a morte de Jesus deve ser lembrada com resignação e alegria. Ao mesmo tempo, traz aos cristãos a renovação de todo um conjunto de valores fundamentais à sua prática religiosa.

Por Rainer Sousa

Graduado em História”

Veja mais sobre “História da Páscoa” em: https://brasilescola.uol.com.br/pascoa/historia-da-pascoa.htm

“A História antes do Ovo de chocolate…
Para responder a essa pergunta, precisamos voltar no tempo em que o próprio cristianismo estava longe de se tornar uma religião. Em várias antigas culturas espalhadas no Mediterrâneo, no Leste Europeu e no Oriente, observamos que o uso do ovo como presente era algo bastante comum. Em geral, esse tipo de manifestação acontecia quando os fenômenos naturais anunciavam a chegada da primavera.

Não por acaso, vários desses ovos eram pintados com algumas gravuras que tentavam representar algum tipo de planta ou elemento natural. Em outras situações, o enfeite desse ovo festivo era feito através do cozimento deste junto a alguma erva ou raiz impregnada de algum corante natural. Atravessando a Antiguidade, este costume ainda se manteve vivo entre as populações pagãs que habitavam a Europa durante a Idade Média.

Nesse período, muitos desses povos realizavam rituais de adoração para Ostera, a deusa da Primavera. Em suas representações mais comuns, observamos esta deusa pagã representada na figura de uma mulher que observava um coelho saltitante enquanto segurava um ovo nas mãos. Nesta imagem há a conjunção de três símbolos (a mulher, o ovo e o coelho) que reforçavam o ideal de fertilidade comemorado entre os pagãos.

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A mulher, o ovo e o coelho
A entrada desses símbolos para o conjunto de festividades cristãs aconteceu com a organização do Concilio de Niceia, em 325 d.C.. Neste período, os clérigos tinham a expressa preocupação de ampliar o seu número de fiéis por meio da adaptação de algumas antigas tradições e símbolos religiosos a outros eventos relacionados ao ideário cristão. A partir de então, observaríamos a pintura de vários ovos com imagens de Jesus Cristo e sua mãe, Maria.

No auge do período medieval, nobres e reis de condição mais abastada costumavam comemorar a Páscoa presenteando os seus com o uso de ovos feitos de ouro e cravejados de pedras preciosas. Até que chegássemos ao famoso (e bem mais acessível!) ovo de chocolate, foi necessário o desenvolvimento da culinária e, antes disso, a descoberta do continente americano.

Ao entrarem em contato com os maias e astecas, os espanhóis foram responsáveis pela divulgação desse alimento sagrado no Velho Mundo. Somente duzentos anos mais tarde, os culinaristas franceses tiveram a ideia de fabricar os primeiros ovos de chocolate da História. Depois disso, a energia desse calórico extrato retirado da semente do cacau também reforçou o ideal de renovação sistematicamente difundido nessa época.

Por Rainer Sousa
Graduado em História”

Veja mais sobre “Origem do ovo de páscoa” em: https://brasilescola.uol.com.br/pascoa/a-origem-ovo-pascoa.htm

By Jucele

Julio Leal

09 de Abril de 2023

2 comentários Adicione o seu

  1. Avatar de jlcleal jlcleal disse:

    Legal. Valeu!

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    1. Avatar de Julio Cesar Leal Julio Cesar Leal disse:

      Feliz semana de aniversário do Afilhado e do Zé! Beijo, parabéns!

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