PLANO DE TREINAMENTO 

AMÉRICA FUTEBOL CLUBE

CATEGORIA PRINCIPAL

2000

            Este plano de Treinamento serve para determinar os trabalhos que devem ser realizados durante o primeiro semestre da temporada para que sejam alcançados os objetivos e as metas estabelecidos no Programa de Trabalho para 2000.

         É um Plano de Treinamento geral que considera o Campeonato Estadual de São Paulo.

         Compreende o período de 04 de janeiro a 23 de julho 2000.

         O Plano considera em detalhes o trabalho a ser desenvolvido em cada Fase de Preparação, a saber:

• FASE BÁSICA. Desde 04 de janeiro a 22 de abril de 2000.
• FASE ESPECÍFICA. A partir 23 de abril a 21 de maio de 2000.
• FASE DE POLIMENTO. A partir de 22 maio até 18 de junho  de 2000. Nesta Fase a Equipe deverá atingir o ápice (APOGEU, ou “PEAK”) da forma físico-técnico-tática-psicológica.
• FASE DE MANUTENÇÃO. Desde 19 de junho a 23 de julho de 2000.
• FASE TRANSITÓRIA.  do encerramento do Campeonato Paulista ao início da Fase Básica de Preparação prevista para o segundo semestre.

         O Plano contém um mapa com todas as sessões de treinamento e suas principais características (físico, técnico, tático, ou recreativo; duração, intensidade, local, material necessário e outros), e os jogos (local, adversário, data e outros).

FASE BÁSICA

É a fase inicial.

         Objetivamos, nesta etapa, o desenvolvimento e o aperfeiçoamento dos fundamentos físicos, técnicos e táticos do Futebol. Está aqui incluído o período de trabalho do Treinador anterior

         Também trabalharemos na formação geral, na união, no crescimento do moral e da força de vontade, da raça, além de criar um ambiente positivo, fraternal, amistoso e de cooperação, como numa família.

         Aqui o trabalho será com grande volume e baixa ou média intensidade. Esta relação dependerá dos resultados dos Testes e Avaliações realizados no começo da preparação, logo após a apresentação e os exames médicos.

         No aspecto físico, trabalharemos a Resistência Aeróbia, a Resistência Muscular Localizada, a Correção Postural, a Força (geral e dinâmica), a Coordenação, e a Flexibilidade/Mobilidade Articular, sem deixar de aperfeiçoar as outra qualidades.

         No aspecto técnico, os Fundamentos Básicos do esporte, a saber: passe, domínio, controle, condução, finta, drible, cabeceio, chute, cruzamento, finalização, e desarme, além das jogadas com a bola parada, hoje responsáveis pela decisão de muitos jogos.

         Estes Fundamentos técnicos devem ser trabalhados na forma geral por todos, separadamente ou combinados, até a exaustão, ou `a perfeição.

         No aspecto tático objetivaremos o mais rápido possível definir as características dos Atletas, buscar uma formação que possibilite bom entrosamento, a definição do Sistema Básico de jogo e Sistemas Derivados.

         Uniformização do vocabulário, definição e treinamento das Táticas Básicas e Derivadas, já que a competição inicia cedo.

         Nesta Fase realizam-se jogos-treinos, jogos amistosos e os primeiros jogos oficiais.

         Sabemos da dificuldade que será alcançar este objetivo, pelo pouco tempo que dispomos para a preparação, mas acreditamos que com uma C.T. qualificada e unida e um Elenco de jogadores de qualidade e experiência, muito trabalho e harmonia, o alcançaremos.

            Recomendável um período de preparação integral (Concentração Full-Time), por 01 (uma) semana a 10 (dez) dias, de acordo com a tabela de jogos, para uma arrancada final na preparação do grupo.

FASE ESPECÍFICA

         É uma Etapa intermediária.

         Nela, os treinos tornam-se mais específicos, de acordo com as posições ou funções dos Atletas, seja no aspecto físico ou no técnico.

         No aspecto tático aperfeiçoa-se o entrosamento entre jogadores de um mesmo setor e dos setores entre si.

         Pode-se, ainda, jogar alguns jogos amistosos quando a programação o permitir, mas consideram-se, principalmente, os jogos oficiais para apurar a forma e aperfeiçoar o ritmo de jogo.

         Em relação à Fase anterior, diminui-se o volume de treinamento, devido ao aumento da intensidade e das características especiais das atividades.

         Entram em cena os trabalhos visando a Resistência Especial, a Resistência Anaeróbia, a Força (Especial e Dinâmica), a Agilidade, e a Velocidade.

         O treinamento técnico utiliza exercícios combinados em situações semelhantes à que o jogo apresenta, inclusive, com oposição.

         O treinamento tático ganha grande importância e se desenvolve em nível mais elevado a definição do time e dos suplentes imediatos.

         As Táticas Básicas já devem estar funcionando perfeitamente e as Derivadas e as Alternativas em bom nível de condicionamento, para surpreender os adversários.

         O condicionamento tático, sempre respeitando as características dos Atletas, deve melhorar, para com menor esforço obter máxima produção, dominar os adversários e vencer as partidas, que valem 03 (três) pontos.

         Não é mais possível o registro de Atletas.

         Trabalha-se na formação geral e na especial.

         Espírito de luta mais do que máximo, capaz de levar às conquistas.

         Problemas individuais e grupais resolvidos.

         União total.

FASE DE POLIMENTO

         É a etapa final, de acabamento.

         Nesta fase o objetivo é alcançar o nível mais elevado da performance, porque cremos que nesta época, etapa final da classificação do Campeonato para os “Play-Offs” finais, serão jogadas as partidas decisivas do turno para obtenção das melhores posições, que dão vantagem de decidir em casa, além de terem Atletas e Time cumprido as Fases de preparação, possibilitando o arrocho final no treinamento, sob os pontos de vista físico, técnico, tático e psicológico.

         Máximo rendimento possível, superação e quebra dos próprios recordes, na busca da melhor colocação possível e da classificação.

         Os treinos físicos aqui são, ao máximo possível, individualizados, ou em pequenos grupos homogêneos, bem de acordo com as funções desenvolvidas no time.

         Deve-se tomar todo cuidado com o repouso, devido ao desgaste dos treinos e jogos até aqui, mas, principalmente pela intensidade das sessões nesta Fase, que alcança níveis altíssimos, em contraposição ao volume, que diminui.

         Os jogos tomam caráter decisivo real e deve-se cuidar para acumular energia entre cada 02 (dois) jogos.

         Não devem ser marcados jogos amistosos nesta etapa, muito menos viagens que possam comprometer os melhores resultados a obter.

         Toda atenção às táticas e estratégias. As gerais, devem estar funcionando plenamente, e as variáveis e alternativas, bem assimiladas e usadas propriamente, para surpreender aos adversários, que pela observação dos jogos anteriores, já imagine conhecer nossos comportamentos táticos.

         Estaremos aptos, aqui, a criar situações especiais, de acordo com o que se conhece de cada adversário, sem abdicar do plano básico de jogo, que tenta impor-se aos oponentes, mas às vezes requerendo pequenas adaptações.

         União total! Concentração máxima! Todos os problemas resolvidos!

         Erro zero!

         Utiliza-se, nesta Fase, o treino técnico com exercícios puramente competitivos, na velocidade do jogo, ou maior, e em grau de dificuldade que possibilite facilidade de execução no jogo.

         No aspecto tático as atividades são adequadas ao estágio de preparação geral, executados os exercícios de forma a dar o polimento e a confiança finais ao time, como um todo, ou no máximo em grandes grupos ou setores. As atividades devem exigir realidade, grande dificuldade pelos opositores, podendo, por exemplo, os titulares jogarem contra até 12 (doze), ou 13 (treze) ou 14 (catorze) reservas.

         UNIÃO, GARRA, VITÓRIA !

FASE DE MANUTENÇÃO

         Chegado ao “ÁPICE” não há mais como progredir pelo arrocho das cargas de trabalho físico-técnico-tático, já que o percentual de 100% já foi alcançado na fase anterior.

         Recomenda-se a manutenção da relação volume/intensidade, nos treinos na tentativa de prolongar ao máximo a forma adquirida, que sabidamente só pode ser mantida por 3 a 5 semanas.

         Pode haver, ainda, uma evolução da equipe pela seqüência de jogos de caráter decisivo para as pretensões de atingir-se a meta.

FASE TRANSITÓRIA

         Período que sucede ao fim do Campeonato Estadual após 23 de julho de 2000 até o início da Fase Básica do 2^º semestre.

         Repouso, recuperação física e mental, atividades recreativas, pequenos jogos, jogos amistosos, e alimentação especial.

Gráfico de Metas

 (%) 

100

 90

 80

 70

 60

 50

 40

 30

 20

 10

   0

         |   |   |   |   |   |   |   |   |   |   |   |   |   |   |   |   |   |       (Semanas)

         Fase Básica        Fase Específ.     Fase Polim.      Fase Manut.

PLANO DE TREINAMENTO POR SESSÃO

         O plano por sessão (myociclo) deve especificar em detalhes os objetivos da atividade, o material necessário, horário de início e tempo de duração, local, e intensidade de acordo com o plano semanal.

         Pode ser modificada, ou aperfeiçoada de acordo com as circunstâncias e as necessidades.

         Deve haver continuidade e interação entre duas ou mais sessões, segundo os procedimentos da Didática Moderna, além de respeitar os princípios do Treinamento contemporâneo: individualidade, estresse, adaptação, continuidade, e a relação volume/intensidade.

METODOLOGIA

         A metodologia, na prática, utilizará os seguintes procedimentos:

• práticas individuais ou em grupos (pequenos ou grandes);
• pequenos jogos;
• prática dos fundamentos de forma competitiva;
• jogos em campos reduzidos;
• jogos condicionantes;
• jogos coletivos em campo oficial, e com 11 (onze) contra 11     (onze);
• prática da preparação física.

Quanto à preparação física, devem ser utilizadas as corridas contínuas, as corridas intervaladas, os treinos em circuito, os treinos de força, Fartlek, Cross-country, multisaltos, pliometria, além das sessões técnicas e táticas.

Cada sessão deverá durar cerca de duas horas, assim dividida:

• Palestra: reunião preliminar onde são passadas as instruções para o treinamento, ou se discute algum assunto importante.
• Aquecimento: é a preparação inicial dos jogadores no plano prático para a atividade principal.
• Parte Principal: etapa do treino onde se executa a atividade que visa atingir o objetivo principal da sessão. Pode ser um treinamento físico, um técnico, ou tático. São possíveis, ainda, combinações: físico-técnico, e técnico-tático. De forma geral, trabalha todo o elenco, ou grande parte dele. Dura cerca de uma hora, de acordo com diversos aspectos a considerar.
• Parte Complementar: é a parte da sessão que sucede à principal, e visa propiciar a cada Atleta, ou setor, a oportunidade de corrigir defeitos, ou aperfeiçoar qualidades, tanto na parte física, quanto na técnica e na tática. Dura, geralmente, cerca de 30 (trinta) minutos.
• Volta à Calma: é a parte final, o encerramento da sessão, e objetiva fechar com chave de ouro e em bom ambiente o treinamento, objetivando propiciar ao atleta condições de descontração, relaxamento, recuperação, alongamento, reflexão, informação e alegria, preparando-o física e mentalmente para a sessão subsequente. Dura cerca de 15 (dez) minutos.

Qualquer das partes pode, eventualmente, deixar de ser realizada.

Toda a seqüência de treinos deve ser dividida em ciclos de uma semana de duração (QTS). Vários quadros semanais formam uma Fase de treinamento, um meso-ciclo, e vários mesociclos, um macrociclo.

O Clube deve organizar um Plano de Treinamento Plurianual, para todas as Categorias, que serve de base para o trabalho de todas as equipes, de forma metódica, sistemática, didática e científica, com pequenas correções de curso, se necessário.

Este Plano de Treinamento deve ser flexível, para permitir alterações que levem ao melhor resultado, de acordo com observações e informações que possam surgir durante sua realização.

Sendo o que temos a apresentar no momento,

Despedimo-nos.

Atenciosamente,

Comissão Técnica do Futebol Profissional

                                                             Adm.   Jairo Justino de Oliveira    

                                                                 Julio Cesar Leal Junior

                                                      Prof.   Flavio Trevisan

                                                      Prof.   Carlos Donizetti Pereira (Deto)

                                                      Prof.   Edson Pereira

                                                      Prof.   José Luiz Costa

                                                      Dr.      Luiz Mauro Frederico

                                                      Dr.      José Ronaldo

                                                      Dr.      Claus Gonçalves

                                                      Sr.       Pedro Antonio Filho

                                                      Sr. Alex Alves de Oliveira

                                                      Sr. Antonio Moacir Alves

                                                      Sr. Carlos Roberto Rozatti